A primeira metade de 2025

Este post é do grupo de blogagem coletiva Work of Art, criado com o intuito de compartilhar nossas perspectivas sobre os mesmos assuntos. Caso queira fazer parte, veja esta página que a Ba criou, com mais detalhes e informações sobre esse projeto.

Tema 003: Primeiro semestre de 2025

Parece até piada vir aqui meses depois de ter falado sobre constância, mas aqui estamos nós fingindo demência em relação às metas do ano para falar da primeira metade de 2025. Poderia chegar aqui e dizer que foi a correria, que foi tudo muito intenso e não deu tempo, mas a verdade é que acho que, por uma boa parte desse primeiro semestre, eu não quis parar para refletir por motivos de não querer enlouquecer mais.


Maternidade nunca foi meu sonho e eu nunca pensei muito no assunto. Não era um “não” definitivo pra mim, mas também não era algo que eu tinha um plano. Nunca acreditei nesse rolê de que uma hora a vontade de ser mãe vem, mas até eu me assustei com meu lado racional. Um belo dia eu acordei e acabei decidindo que, se era pra ser, estava chegando a hora. Me dei um ano para me acostumar com a ideia, e quando o prazo acabou eu ainda não estava acostumada. Mas resolvemos seguir o plano. Parece frio e calculista, eu sei. Não era pressão da sociedade nem nada, a gente queria de verdade. Mas é que a ideia da Bruna mãe sempre me assustou muito. E eu não sinto sentia que tinha chegado nesse momento adulto premium ainda.

O ano terminou e nada. Já estava pensando: vai demorar um pouco. Meu eu ansioso e controlador já estava querendo saber exatamente quando ia acontecer, mas não é bem assim que funciona. Lucas foi pro Brasil pra ajudar os pais por um tempo e é claro que era assim que eu tinha que descobrir. No meio do inverno, só eu e Camomila em casa. Mandei essa foto pro meu melhor amigo em outro continente, bem delusional, porque aparentemente só eu conseguia ver o segundo tracinho. Mas era real, era um positivo.

O plano era não contar pro Lucas até ele voltar porque eu não queria ele preocupado comigo com tudo que estava acontecendo por lá, mas, quando o enjoo combinou com os hormônios, o inverno e o cansaço, eu fui vencida. Poder dividir com ele ajudou, mas a vida só melhorou mesmo quando ele voltou. Eu tava só o pó, gente.


O primeiro trimestre seguiu me derrotando e o corporativo não ajudou. Eu trabalhei feito uma louca por meses e acabava os dias sempre chorando (e vomitando). Essa foto foi em uma conferência que eu fui nessa época. Acho que foi meu fundo do poço e eu prometi pra mim mesma que ia aguentar mais um pouco, mas iria começar minha licença mais cedo para respirar antes de tudo mudar. Eu lembro que, nessa época, o tema da blogagem coletiva ia ser fotografar uma semana da vida e eu queria muito capturar um ângulo positivo daquilo tudo. Tentei por quatro semanas e desisti.


Passaram mais algumas semanas e descobrimos que era uma menina. Foi um dia super especial e eu queria guardar esse momento num potinho. O ritmo de trabalho estava um pouco melhor, o clima foi melhorando e tudo foi ficando mais gostoso! Esse ano o inverno me pegou de jeito, e sentir que o clima estava melhorando mudou completamente meu astral. A vida tava boa de novo!


Nesse dia fomos pras montanhas caçar agulhas de gelo e eu voltei exausta, mas muito feliz. Depois de algumas viagens frustradas eu consegui ver as malditas de pertinho e elas são bem lindas mesmo. Passar o dia inteiro do lado de fora, sendo muito mimada, era tudo que eu precisava.


As noites começaram a ser assim, com a nossa mini família. Tentando aprender o que a gente tinha que comprar, o que precisava saber para cuidar de um bebê, fazendo mil listas de tarefas (que ainda não foram concluídas) e curtindo os últimos meses só nossos.


Em junho, a temporada de campings começou e dá pra ver que eu sou muito mais feliz dormindo no chão e acordando no meio do mato. Esse ano a temporada foi mais curta (por motivos de alguns sustos), mas mal posso esperar pra temporada do ano que vem com a Flora.


Essa foi a minha metade não tão resumida de 2025 — muito trabalho, surtos internos e mudanças! Ansiosa para o balanço final da segunda metade. Espero que eu consiga registrar mais, desacelerar e me deixar curtir essa nova fase.

PS: Não teve uma foto especial, mas finalmente conseguimos nossa cidadania canadense! Só quem escolheu essa vida louca de imigrante sabe o alívio de finalizar esse ciclo!

Espero que até logo,
Bru.

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